Noticiários

Aprovada inclusão da disciplina 

"Cidadania Moral e Ética" no currículo escolar


BRASÍLIA - O Senado aprovou nesta semana o projeto que obriga as escolas da educação básica a oferecerem as disciplinas de Ética e Cidadania Moral e Ética Social e Política. O projeto altera a Lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira ao tornar as duas disciplinas obrigatórias nas escolas brasileiras.

Instituída durante a ditadura militar (1964-1985), a disciplina de "Moral e Cívica" deixou de ser obrigatória no país em 1993. No decreto de sua criação, o governo militar dizia que a disciplina tinha entre outros objetivos "a preservação dos valores espirituais e éticos da nacionalidade" e o "fortalecimento da unidade nacional".

O Ministério da Educação (MEC) é contrário ao projeto por considerar que a inclusão de duas novas disciplinas vai promover um "inchaço" nos currículos escolares. Em nota técnica enviada a senadores para criticar o projeto, o ministério diz que o calendário de 200 dias letivos fixado pela Lei de Diretrizes e Bases da educação não comporta novas disciplinas.

A proposta havia sido aprovada em caráter terminativo pela Comissão de Educação do Senado em setembro, mas o líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM), pediu sua votação em plenário.

Autor do projeto, o senador Sérgio Souza (PMDB-PR) aproveitou o esvaziamento do plenário, véspera de feriado, e conseguiu incluir a matéria na pauta de votações. O senador disse que tinha o apoio dos líderes partidários para votar a matéria. O projeto segue agora para análise da Câmara dos Deputados.

Em defesa da proposta, Souza afirmou que a inclusão das disciplinas tem o objetivo de fortalecer o sistema educacional brasileiro ao priorizar a "formação moral e ética das nossas crianças".

"Queremos fortalecer a formação de um cidadão brasileiro melhor: pela formação moral, ensinando conceitos que se fundamentam na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos; por outro lado, pela formação ética, ensinando conceitos que se fundamentam no exame dos hábitos de viver e do modo adequado da conduta em comunidade", afirmou o senador.

Relator da proposta e ex-reitor da Universidade de Brasília, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu o projeto ao afirmar que os problemas "cruciais" da sociedade só serão solucionados com políticas educacionais voltadas para a formação moral e ética das crianças e jovens.

"Dada a presente desagregação social pela qual passamos, representada pela atual crise de valores humanos, faz-se necessário que a escola oriente a formação do caráter dos nossos jovens, fortalecendo a formação dada no núcleo familiar", disse.

17/11/2012 09:33

FONTE: www.hojeemdia.com.br/noticias/aprovada-inclus-o-da-disciplina-cidadania-moral-e-etica-no-curriculo-escolar-1.57693


A cola é uma manifestação clara da desagregação moral.

Em países onde há mais cola nas salas de aula também há mais desonestidade


Por: Gustavo Ioschpe29/03/2014 às 01:00 - Atualizado em 30/03/2014 às 10:03

Prazo para inscrições ao vestibular vai até 13 de setembro


O efeito mais nefasto da falta de ética de nossas escolas é que seus profissionais transferem para os alunos e suas famílias a razão do insucesso da própria escola. Pesquisa da Unesco com 17 000 estudantes e 1 300 professores mostra que os "mestres" culpam o aluno (39%) e seus pais (24%) quando ele repete o ano. Só 1,9% dos professores culpa a si mesmos (re­ferências completas em twitter.com/gioschpe). E, o que é pior, os alunos introjetam esse fracasso. Em pesquisa com cinco escolas públicas, 90% dos matriculados na 4ª série (gente de 10 anos!) diziam que se algum dia repetissem o ano a responsabilidade seria sua(!). Eis o cúmulo da atrocidade: não só nossos profissionais da educação vitimizam seus alunos, mas ainda conseguem transformar as vítimas em algozes. Nossas escolas, que deveriam incutir o apreço pela conduta reta, viraram instâncias preparatórias para o mar de sem-vergonhice que assola nosso país.

FONTE: veja.abril.com.br/noticia/educacao/a-cola-e-uma-manifestacao-clara-da-desagregacao-moral




Violência será combatida com ensino 

de direitos humanos e ética



21 de Junho de 2004

A violência nas escolas será tratada como questão de educação e ganha status de política pública permanente com o Programa Ética e Cidadania – Construindo Valores na Escola e na Sociedade. Conduzido pelo Ministério da Educação em parceria com a Secretaria Especial de Direitos Humanos, o programa promete abranger todas as escolas do ensino fundamental e médio dos municípios com mais de 100 mil habitantes, atendendo a 32 milhões de estudantes que serão educados em temas como direitos humanos, convivência social, exclusão e ética. 

Há quatro anos, o Ministério da Justiça promoveu o 1º grande debate nacional sobre a violência nas escolas, que envolveu aproximadamente 100 entidades da sociedade civil, resultando num programa experimental, o “Paz nas Escolas”, em parceria com o Ministério da Educação. O governo percebeu que o problema só poderia ser enfrentado pelas vias da educação e precisou “combater os adeptos das cercas, muros e detectores de metais nas escolas, como medidas de combate à violência, marcada por banditismo, drogas e gangues”, como esclarece o ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial de Direitos Humanos. 

Para o Ministro da Educação, Tarso Genro, o Programa Ética e Cidadania será responsável pela disseminação de valores entre os jovens estudantes, “como o afeto, o respeito, a preservação do bem público”. A saída começa com o próprio jovem, que deve ser o protagonista das ações de combate à violência dentro dos grêmios estudantis, até o seu envolvimento com a comunidade, professores e pais de alunos na discussão das causas da violência. 

Segundo Nilmário Miranda, o jovem ingressa na violência escolar aos 15 anos e a situação tende a se agravar quando ele completa 18 anos de idade. O Ministro aposta na mobilização e conscientização dos estudantes para a aprovação do referendo popular, em outubro de 2005, quando o Brasil votará restrições à comercialização de armas de fogo e munição, segundo o Estatuto do Desarmamento, aprovado pela Câmara e Senado. “Eles serão os nossos maiores parceiros para o Brasil escolher um outro tipo de sociedade, sem armas, resolvendo os conflitos através de mediação jurídica, pacífica, mas nunca pelo tiro, pela arma, pela violência”, finaliza.

Edmar Gabriel tem 19 anos e está no último ano do ensino médio em uma escola do GDF – Governo do Distrito Federal. “Já perdi a conta de quantas vezes me meti em brigas na escola”, confessa. Hoje, Edmar agradece ao pai que o proibiu de andar com colegas violentos. “Eles consumiam drogas e maltratavam os professores”, conclui.

(Fonte: Agência Brasil - Luciana Valle) 
Site: http://amaivos.uol.com.br/amaivos2015/?pg=noticias&cod_canal=35&cod_noticia=4415



O dilema da criação de filhos no Brasil: a ética compensa?

Pais temem ensinar virtudes às crianças e torná-las presas fáceis em um país onde o dever e a verdade parecem vencidos pela mania de levar vantagem


Por: Gabriela Loureiro06/10/2013 às 08:31 - Atualizado em 06/10/2013 às 22:07


Dilema

A dentista Márcia Costa abomina infrações às leis de trânsito. Em especial, a prática adotada por muitos pais de parar o carro em fila dupla, interrompendo o fluxo de veículos, para deixar os filhos na porta da escola. Ela prefere estacionar seu carro mais longe e fazer os adolescentes caminharem até lá. Não satisfeita, reprova publicamente os motoristas que alimentam a irregularidade. Os filhos protestam: "Que mico!", diz Beatriz, de 15 anos. "Mãe, assim é você quem acaba sendo a chata da história", afirma Lucca, de 12. A guerra à fila dupla envolveu até o marido de Márcia, Marcelo, que certo dia colocou a convicção da mulher à prova: "Você quer estar certa ou quer ser feliz?" É um velho dilema. Filósofos gregos já se faziam a pergunta há mais de vinte séculos: uns defendiam que fazer o que é correto, o que deve ser feito, é o caminho para a felicidade; outros argumentavam que tal conciliação é impossível.
Ética e felicidade na Grécia Antiga​​

Pródico de Ceos (século V a.C.), um sofista, acreditava que ética e felicidade eram excludentes. Ele citava o exemplo da escolha de Hércules. Segundo a mitologia, o herói se deparara com duas deusas, a felicidade e a virtude, que o convidavam a viver duas vias distintas. Hércules optava pela virtude em detrimento dos prazeres passageiros. Já Aristóteles (século IV a.C.) pensava que ética e felicidade eram complementares: a primeira como o meio, a outra, como fim
O dilema vive no Brasil hoje. E se acirrou há poucas semanas com a publicação do artigo do economista Gustavo Ioschpe, colunista de VEJA, intitulado "Devo educar meus filhos para serem éticos?" Ioschpe revelou a apreensão de criar filhos em uma nação às voltas com problemas éticos de estaturas variadas - da ausência de pontualidade para compromissos à ausência de honestidade para governar. A certa altura, ele apresentou assim seu dilema: "Será que o melhor que poderia fazer para preparar meus filhos para viver no Brasil seria não aprisioná-los na cela da consciência, do diálogo consigo mesmos, da preocupação com a integridade?" Foi a senha para que milhares de leitores se manifestassem, compartilhando apreensão idêntica.
Mais de 30.000 pessoas recomendaram o texto, reproduzido em VEJA.com, utilizando recurso do Facebook; centenas deixaram comentários ao artigo e espalharam as ideias contidas nele pela internet. Muitos aproveitaram a ocasião para contar suas histórias, seus dilemas. É o caso de Márcia Costa e dos demais pais ouvidos nesta reportagem. "Temos que criar nossos filhos para serem do bem ou para se darem bem? A preocupação é o quão inocente nossos filhos vão ser se forem educados para serem do bem", diz a tradutora Samira Regina Favaro Gris. A médica Denise Zeoti acrescenta: "A ideia de passar valores para minha filha e torná-la uma presa fácil me assusta. Quero que ela seja uma pessoa ética, correta, mas não quero que ela seja passada para trás."

Quando se trata de ética, portanto, há sempre um choque entre princípios e ações individuais e coletivos. Seria mais correto, aliás, falar em éticas - no plural. Cortella tem um inusitado exemplo para explicar como elas se chocam, e como, no convívio social, a ética se impõe aos interesses individuais. É a análise do caso de uma casca de banana atirada ao chão. "Quem a atirou ali propositalmente seguiu a ética tola, egoísta. Quem viu a casca, mas não a retirou, agiu segundo a ética da omissão. Finalmente, quem jogou a casca no lixo seguiu a ética da vida coletiva."
Criar filhos no Brasil demanda preocupação extra por causa dos tipos de ética que se chocam no ambiente público. Afinal, como convencer os filhos de que é preciso falar sempre a verdade quando um deputado federal preso por desvio de dinheiro público é absolvido por seu pares, que asseguram a ele o mandato de representante do povo? "Uma sociedade em que os poderosos não são presos, em que nem todos são iguais perante a lei, vive uma contradição ética. Em público você quer parecer igualitário, mas por baixo dos panos, para seus parentes, você usa a ética da desigualdade", diz o antropólogo Roberto Da Matta (leia entrevista abaixo).
A ética - a da igualdade - pode ser o caminho mais longo e árduo para os brasileiros, em geral, e para os pais, em particular, rumo à felicidade. Mas é, segundo filósofo Cortella, certamente o único. "Não é possível ser feliz quando não se tem paz de consciência. Quem age de acordo com a conveniência do momento, prega uma ideia e aplica outra, não terá essa paz. Esse sofre de esquizofrenia ética", diz. "Agir de acordo com o que consideramos correto é o que traz paz de espírito." No artigo que levantou a discussão, Gustavo Ioschpe, logo após apresentar seu dilema, concluiu que deixar de transmistir a seus filhos um legado ético era uma decisão insustentável. O norte é mesmo a ética.

FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/o-dilema-da-criacao-dos-filhos-a-etica-compensa

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